domingo, 6 de janeiro de 2019

Tudo Passa




 Esses dias, enquanto viajava para a casa do meu pai pra visitá-lo, de moto, encarei uma tempestade que chegou a me deixar com o c# na mão.

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 Estava eu de moto, uma Tenere 250, saindo de Paulo Afonso numa linda tarde de não sei que dia da semana, em direção ao sítio Mulungu onde vivem minha avó e meu pai, próximo de Sanharó - PE.

 A tarde estava meio nublada, mas nada indicava com muita força que eu encararia uma chuva incrivelmente forte.

 Ledo engano...

 Peguei uma estrada horrível, que nunca havia pegado antes, porque pelo Google Maps era a mais curta. Quando estava circulando entre umas cidades pequenininhas, começou a chover. Nada muito forte.

 Achei uma casa/fazenda com um terraço aberto, parei a moto uns instantes por lá, até a chuva diminuir. Quando estava apenas serenando, peguei a estrada novamente. Pouco depois, a chuva engrossou bastante, me fazendo parar novamente, novamente e novamente.

 Numa das vezes que voltei a pegar a estrada quando a chuva diminuía, começou a chover MUITO forte. Cada pingo batia na roupa com uma força que doía bastante. O vento ficou forte também, a chuva estava tão grossa que eu não conseguia enxergar um metro à minha frente, e não tinha nenhum lugar para me abrigar nesse meio tempo. Foi o pior momento da viagem, revesando entre o medo de bater em algo, de cair em um buraco (tinha muitos na pista) e de meu notebook e celular queimarem de tanta água que já tinha na minha mochila, além do medo da moto parar de funcionar se apagasse, pois estava com alguns problemas e de vez em quando acontecia isso com ela.

 Nesse último momento mencionado, após uns minutos, achei uma casa e já fui entrando. O dono me recebeu muito bem, ficou conversando comigo, ofereceu café, toalha etc. Mas não peguei nada, só quis aproveitar o local seco, tirar o notebook da mochila e esperar a chuva passar.

 Quando a chuva afinou, peguei novamente a estrada e após mais uns perrengues e horas, cheguei perto da cidade do meu pai. Mas voltou a chover, eu estava já muito cansado e liguei pra minha namorada pra avisar onde estava. Ela insistiu pra que eu procurasse uma pousada e terminasse a viagem no outro dia. Fiz isso e acho que foi o melhor na ocasião mesmo.

 No outro dia, estava ensolarado, o restinho de viagem foi tranquilíssimo. Nunca senti tanta paz.

 Fiquei pensando muito nessa viagem, principalmente em como as coisas horríveis acontecem de forma incontrolável de vez em quando, mas sempre acabam passando, em algum momento, mesmo quando parece MUITO que não vão cessar.

 As coisas sempre passam. 

As boas e ruins.

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